A prática da ornamentação da pele está, desde sempre, associada à própria existência do Homem. Há opiniões que defendem que a decoração do corpo terá sido uma das primeiras acções conscientes do Homem para se distinguir dos restantes animais.
A ideia de que as tatuagens remontam à pré-história ganhou especial relevância em 1992, quando foi encontrado nos Alpes o corpo de um homem com mais de 5000 anos. O corpo, pertencente à Idade do Bronze, apresentava 58 tatuagens, que consistiam em pontos e linhas simples.
A palavra «tatuagem» vem da palavra polinésia «tatu», que significa «marcar qualquer coisa».
Em certas culturas, acreditava-se que o espírito de determinada imagem era invocado pela sua tatuagem. Assim, quem ostentasse o carácter selvagem de um leão, estaria a invocar para si o mesmo carácter.
Na Europa, as tatuagens eram mais populares entre as civilizações celtas. No entanto, com o advento do Cristianismo e a ideia de que o corpo tinha sido criado por Deus e, por isso, não devia ser alterado, a prática de tatuar o corpo foi banida.
Em 787, o papa Adriano baniu as tatuagens, apesar de esta arte continuar a ser praticada pelos britânicos até à invasão normanda de 1066. Até ao séc. XVI, as tatuagens desapareceram da cultura ocidental. Durante este período de inexistência no Ocidente, os japoneses foram aperfeiçoando as suas técnicas e a tatuagem deixou de servir para tatuar criminosos e evoluiu para uma forma mais estética.
A arte de tatuar foi reintroduzida no Ocidente pelo navegador e explorador William Dampher. Em 1691, este navegador levou para Londres o príncipe Giolo, um polinésio que exibia várias tatuagens no corpo. O próximo europeu a tomar contacto com povos indígenas tatuados seria James Cook nas ilhas do Pacífico. A tripulação de Cook, bem como as que se lhe seguiram, depressa adoptaram o hábito de tatuar o corpo e o espalharam por outros territórios. As tatuagens eram consideradas amuletos que afastavam as tempestades, os naufrágios, o ataque de tubarões e o mau-olhado e que protegiam os marinheiros de afogamentos e pragas. Os católicos desenhavam cruzes nos braços para assegurar que eram enterrados em chão sagrado.
Com base nas descobertas de Thomas Edison, Samuel O'Reilly patenteou a primeira máquina de tatuagens eléctrica em 1891. Este método transformou a tatuagem numa prática muito mais acessível e mais vulgar, o que afastou as classes altas.
No início do séc. XX, a tatuagem deixou de ser bem vista. As pessoas muito tatuadas, outrora bastante admiradas, passaram a aparecer em circos e espectáculos de aberrações. À medida que foi sendo considerada uma prática socialmente inaceitável, a tatuagem passou à clandestinidade. Em finais do séc. XX, a arte de tatuar o corpo ganhou uma popularidade jamais vista. Os tatuadores passaram a ser considerados artistas, que agora combinam a arte tradicional com o seu próprio estilo.
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