sábado, março 25, 2006,02:31
naū
Onde alegria beijo caminho desejo eternidade fantasma gato hora
jogar estou? luz morto noite olhar prego quente ruína
sonhar tempo No uivo vazio zero aberração baloiço cais
dilema eco futuro deserto? gota hoje janela longe mão
nada ombros palavra queixume Na remorso sangue terra usar
vida amor barco corpo distância multidão? estrela fuga gosto
horizonte jardim livro magoar nuvem óbito Onde pássaro quebrar
rir sagrado teia útil viagem azul bondade estou? escuridão
fundo galho hostil jazer lenha morgue nervo odiar Aqui.
 
quinta-feira, março 23, 2006,01:09
Haiku
Tentativa de fazer um poema Haiku, inspirado em “Starry Night” de Vincent van Gogh e na música “Vincent” de Don McLean:



Noite escura
Luz negra e brilhante
Começo ou fim?



por tattoo angel
 
segunda-feira, março 20, 2006,02:37
tolice nº 2



“b&w Rubik’s cube” por tattoo angel ©
 
quarta-feira, março 15, 2006,01:55
tolice nº 1


“Yin-Yang Aprisionado” por tattoo angel ©
 
segunda-feira, março 06, 2006,04:30
Poema d’amoniaco
Apetece-me ser o burro
A perseguir a cenoura.

Apetece-me a serpente,
Todo o anjo demente.

Apetece-me o ácido, a corrosão.
Apetece-me estrangular-te,
Espalhar-te por toda a parte.

Apetece-me o poeta.
Apetece-me o esteta.
Apetece-me o demonólogo,
Seu filho antropólogo.
Apetece-me jogar
No numero da Besta
E ganhar.

O que eu não daria
Para dançar
E para vestir
Tão bem quanto o Diabo.

Agora a sério…

Apetece-me o labirinto,
A morte,
A descida.

Apetece-me ser demónio
Dispensar toda
E qualquer espécie de vida.

“Como Escavar Um Abismo” de Fernando Ribeiro
 
quinta-feira, março 02, 2006,22:53
Boca do Inferno

"Como calculam, é para mim uma honra prefaciar este livro. O autor é uma pessoa que prezo muito e esta é, sem dúvida, uma obra maior da literatura portuguesa. Não posso deixar de dar os parabéns à VISÃO por ter tido a lucidez de contratar um cronista desta envergadura. Claro, Lobo Antunes e Mega Ferreira escrevem benzinho, e José Gil e Eduardo Lourenço produzem um ou outro raciocínio interessante. Mas qual deles alguma vez abordou temas como a problemática dos coletes de segurança, as idiossincrasias dos empregados de café, ou a carreira de José Cid? Nenhum. E chamam a si próprios cronistas...

Ao contrário, Ricardo Araújo Pereira tocou todos os pontos fulcrais da sociedade portuguesa. Ricardo Araújo Pereira sabe, em cada assunto, qual é a questão essencial. Nunca nos diz qual é, mas vê-se que sabe. Ricardo Araújo Pereira não tem papas na língua. Ricardo Araújo Pereira é, digamos, o maior – passe o eufemismo.

Durante o ano que passou, Ricardo Araújo Pereira irritou – ou, pelo menos, esforçou-se por irritar – muita gente. Convido o leitor a descobrir se é uma das pessoas que este interessantíssimo cronista tentou aborrecer (se o leitor for o Vasco Pulido Valente, digo-lhe já que sim). Confirme-o, lendo este magnífico livro de Ricardo Araújo Pereira."

Ricardo Araújo Pereira
Prefácio de “Boca do Inferno” de Ricardo Araújo Pereira