segunda-feira, março 06, 2006,04:30
Poema d’amoniaco
Apetece-me ser o burro
A perseguir a cenoura.

Apetece-me a serpente,
Todo o anjo demente.

Apetece-me o ácido, a corrosão.
Apetece-me estrangular-te,
Espalhar-te por toda a parte.

Apetece-me o poeta.
Apetece-me o esteta.
Apetece-me o demonólogo,
Seu filho antropólogo.
Apetece-me jogar
No numero da Besta
E ganhar.

O que eu não daria
Para dançar
E para vestir
Tão bem quanto o Diabo.

Agora a sério…

Apetece-me o labirinto,
A morte,
A descida.

Apetece-me ser demónio
Dispensar toda
E qualquer espécie de vida.

“Como Escavar Um Abismo” de Fernando Ribeiro
 
kalkito por tattoo angel
Permalink ¤